Estruturas Geomorfológicas dos granitos de lavadores
Diaclases
Grande parte dos afloramentos rochosos apresentam fraturas designadas diáclases.
As diáclases consistem em fraturas ou fissuras de rochas, normalmente de rochas magmáticas plutónicas. Nos granitos desta praia, as diáclases, tiveram origem devido aos movimentos da crosta terrestre e ao alívio de pressão ou descompressão, resultante da ascensão do granito e aproximação do mesmo à superfície, o que fez com que esta rocha se expandisse e fraturasse.
Caos de blocos
Quer aglomerados, quer dispersos, caos de blocos, fazem parte deste geossitio.
Estes blocos são geralmente arredondados e podem ser encontrados dispostos de forma desordenada, por vezes empilhados uns por cima dos outros dando um aspeto caótico à paisagem, daí o seu nome, caos de blocos.
A formação dos caos de blocos está associada à atuação de forças erosivas nas fraturas do granito (diáclases) que as vão modificando, provocando posteriormente a desagregação de blocos (meteorização física). Passados milhões de anos, conseguimos observar a forma arredondada, relativamente esférica, que estes blocos possuem.
Marmitas Litorais
A força do mar provoca o movimento circular, como um redemoinho, de sedimentos, geralmente areias e balastros, que vão moldando os granitos, ao longo de milhões de anos.
As marmitas podem ser encontradas isoladas ou agrupadas, e apresentar variadas profundidades e diâmetros. Normalmente, as marmitas com maior profundidade e largura são as mais antigas, uma vez que estas foram moldadas por mais tempo e por isso experienciaram uma maior meteorização e erosão.
O alinhamento de marmitas pode estar relacionado não só com as diáclases mas também pode acontecer ocasionalmente.
Bloco pedunculado
Pode também ser observado um bloco pedunculado, bloco rochoso mais fino na base do que no topo, uma vez que a atuação da força erosiva do mar é mais intensa e violenta na sua base. O bloco em questão é intercetado por um filão de feldspato que, segundo o princípio estratigráfico da interseção, é mais recente que o bloco de granito que este intercepta.
Pedra Moura
A Pedra Moura é outra estrutura que podemos encontrar.
Do ponto de vista geológico, esta consiste num bloco de granito sobreposto em outro bloco do mesmo material, que devido à descompressão, meteorização e erosão surgiu esta estrutura.
A Pedra de Moura, está também associada a uma lenda e segundo ela:
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Existia uma bela Moura que recebeu o castigo de carregar rochas, desde o fundo do mar até o areal da praia.
Rapidamente, a Moura percebeu que o mar arrastava as rochas de volta e que o seu esforço era inútil. Como solução, ela, começou a empilhar as rochas, para impedir que o mar as arrastasse.
No seu último fôlego, a Moura empilhou na cabeça, com um enorme esforço, uma rocha que a colocou no lugar mais alto que encontrou, sendo esta a última vez que a Moura foi vista em Lavadores.
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Esta lenda é a versão que Joel Cleto apresentou no III Volume do seu livro Lendas do Porto.
Disjunção esferoidal ou esfoliação casca de cebola
Certos granitos em Lavadores apresentaram uma esfoliação que provoca uma separação gradual da rocha em camadas concêntricas, muito parecidas com cascas de uma cebola.
Este fenómeno ocorre por um conjunto de processos físicos como descompressão dos materiais dando assim origem a fissuras que vão sendo erodidas.
As plantas, devido à arenização, conseguem desenvolver melhor as suas raízes, o que contribui bastante para a alteração destas rochas.
No interior desta esfoliação é possível observar blocos arredondados.